“Crepúsculo” Amoroso Você já se Apaixonou por um(a) Vampiro(a)?

Talvez num primeiro momento você diga que não, que isto é enredo de filme de cinema e que, mesmo que eles existissem, não o faria. Afinal, para quem assistiu a Saga Crepúsculo, sabe que o preço a ser pago por esta paixão é muito alto. A protagonista Bella Swan, uma jovem que decide se mudar para morar com seu pai numa cidadezinha do interior tem sua vida totalmente ameaçada desde que conheceu Edward Cullen, um misterioso rapaz que aos poucos vai se mostrando a jovem ao ter que salvá-la de perigos que passaram a rondá-la desde eles se aproximaram.

Enfim, até aqui, parece que este artigo vai apenas narrar a sinopse de um filme de grande sucesso de bilheterias, porém, existe algo a mais que atrai multidões às salas de cinema para assistir Crepúsculo, que é justamente a mensagem subliminar que o filme traz. Trata-se do quanto as pessoas se sentem atraídas por quem deseja possuí-las, por quem deseja seu “sangue”. É isto mesmo. Ser desejado e possuído, para a maioria das pessoas, é sinônimo de ser “amado”. E desejar alguém, possuindo o outro através de manipulações, exigências e críticas, sugando-lhe o “sangue” bom da alegria de viver, dos sonhos, da juventude interior, é “amar” a si mesmo apenas, e não amar o outro, pois estes “vampiros” energéticos tiram-lhe a vida, pouco a pouco, e só te largam se você morre por dentro e não tem mais nada a oferecer.

Mas este “amor” por si mesmo é um tipo de amor imaturo, amor ao ego, daquele que só quer suprir carências imediatas, e não aquele amor próprio que só é experimentado por quem ama a vida e a respeita. Neste caso não há amor ao outro. Ou seja, vamos simplificar, você provavelmente vive ou já viveu uma paixão, um suposto amor por alguém que lhe tirou “tudo”, não é? Principalmente porque você permitiu que esta pessoa em troca da sua confiança em um “amor eterno” tenha minado suas forças até que você perdesse este “tudo”, que significa perder a si mesmo! E se perguntou: por que isto me aconteceu? E talvez até mesmo tenha deixado esta paixão mal resolvida em seu íntimo. Por quê? Reflita. O que é paixão? A palavra origina-se do latim ‘patior’, que significa sofrer, principalmente pela perda de grande parte da individualidade, em função do fascínio que o outro exerce sobre você, além da perda da identidade e do próprio raciocínio. A paixão é uma idealização do outro, e mais. É a necessidade de se “absorver” o ponto de fascínio como aprendizado, capturando em seu ser o que parecia, até então, utópico, inatingível, sobre humano para você ter como característica própria de personalidade, e tornar esta característica algo natural. É um espelhamento.

E a felicidade extrema que causa uma paixão correspondida é um sentimento ambíguo, pois, ao mesmo tempo em que traz a realização de uma suposta “fusão” de almas, causa a dor de perder não apenas o outro, mas a si mesmo, quando ocorre o rompimento.

A paixão é um sentimento bom apenas quando equilibrado no amor verdadeiro e justo em medida na dedicação ao outro e a si mesmo, quando se torna admiração mútua e não a “posse do possuído”, numa trama de ciúme doentio e inveja, o que “rouba” as energias do outro. Nestas relações egocêntricas e egoísticas em que apenas se busca o prazer e as conveniências que o outro possa lhe proporcionar, é onde encontramos os verdadeiros vampiros energéticos da vida real. Pessoas que estão, como no caso de Edward, rodeadas de uma egrégora de vampiros e conflitos diversos que começam a lhe tirar as forças para continuar sua própria vida e, quando você se dá conta, desintegrou-se a sua individualidade naquela pessoa e no seu mundo e você se arrisca, como no caso de Bella, a tornar-se um vampiro igual ao seu amado (a), por uma simples “mordida”, como no caso de Edward que, tentando salvá-la dos perigos a que foi exposta por estar com ele, quase a sugou por completo, pois seu instinto ainda é o de um vampiro.

É uma paixão limiar entre o sentimento de possuir e o de ser possuído, fazendo com que você dilua sua individualidade e se deixe sugar em sua energia de vida. Então, recupere sua vida! Corte os “drenos” que sugam seu sangue que é a sua vitalidade, seu ânimo, seus sonhos, sua alegria de viver! Queira sim um amor imenso em sua vida a dois, mas baseado no doar e receber, numa justa relação, onde se preserva o respeito aos sentimentos do outro, e não apenas se usa o outro como suporte da própria vida.

Não confunda mais amor verdadeiro, que é troca, amizade, carinho e apoio mútuo, com a ilusória sensação de ser desejado ou “amado” por alguém que o suga num momento sombrio de sua vida, em seu crepúsculo pessoal. Sabe aquele momento em dizemos que “todos os gatos são pardos”? Então, é o crepúsculo, nem dia, nem noite, não há lucidez. Que tal iluminar sua vida, sua consciência, com a luz do dia, com o sol da verdade, antes de se entregar a um(a) vampiro energético?

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