O Perdão Psicológico
SE ALGUÉM LHE BATER NA FACE DIREITA, A DO AMOR AO PRÓXIMO OFERECE-LHE TAMBÉM A OUTRA, A DO AMOR INCONDICIONAL A SI MESMO E SE RESPEITE!
O perdão é o primeiro passo para se alcançar a prosperidade em nossas vidas, porém é preciso saber aplicar esta lei, pois a maioria das pessoas não compreende o significado místico do perdão. Perdoar é como quebrar uma magia que o amarrava a pessoas e situações do passado. Mas é necessário reprogramarmos a nossa mente para compreendermos o verdadeiro conceito de perdão a que Jesus Cristo se refere ou, como eu o denomino, o perdão inteligente ou psicológico. Aquela velha concepção de interpretação religiosa que coloca o perdão como um uma atitude de amor sem limites aos seus malfeitores, dando-lhes chances de reconciliação, é uma interpretação superficial e errônea dos ensinamentos de Jesus Cristo e que, quando aplicada desta forma, leva a pessoa a sentir-se culpada em abdicar da justiça a seu favor, ou a coloca numa situação de total submissão, além de significar muitas vezes uma barganha católica pela própria salvação, quando afirma que perdoamos para sermos perdoados ou, ainda pior, reflete a vaidade do indivíduo que realiza o suposto “nobre gesto” de perdoar generosa e catolicamente.
Quando Jesus diz a Pedro que deveria perdoar seus irmãos não apenas 7 vezes, mas 70 vezes 7, na realidade ele falava simbolicamente sobre o número 7, que indica o infinito. Portanto, Jesus orientava um perdão absoluto e definitivo sim, porém dentro do maior de todos os mandamentos: “Amai ao próximo como a si mesmo!”, ou seja, interpretando, ame o próximo, o Deus que há no outro tanto quanto a si mesmo, pois o mesmo Deus habita em você.
Respeite o próximo, tanto quanto deve se respeitar, nem mais, nem menos, na justa medida. É sobre esta mesma justiça cósmica de que Jesus falou quando disse que “se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a outra”. Ao contrário do que se pensa comumente esta frase fala da mesma forma sobre a justiça divina e não estimula qualquer ato de submissão ou de um perdão às cegas. O que ele quer dizer é que, a princípio, precisamos mostrar o nosso amor em todos os atos, sem posturas defensivas, sem medirmos o amor, mas se alguém nos desrespeitar em nosso livre arbítrio, invadindo a nossa individualidade, tentando nos subjugar ou menosprezando nosso valor humano, é preciso também mostrar a outra face, a face do amor próprio, do autorrespeito, ou seja, a espada de que tanto Jesus fala que veio trazer à Terra, a espada que corta qualquer forma de opressão ou vínculo obsessivo, seja com o passado, através do perdão inteligente, seja com o presente, quando você se vê envolvido em tramas cármicas às quais você se submete por medo e culpa.
Portanto, para que possamos mostrar a nossa outra face, a face do poder pessoal, do valor próprio, do amor incondicional a si mesmo, pois somos todos nós partes de Deus e o outro não pode ser idolatrado simplesmente porque te fez acreditar, um dia, que seria o único a te aceitar, é preciso que você deixe de se iludir ou se enganar com suas próprias culpas, e perdoe-se sim 70×7, perdoe-se compreendendo que você era como uma criança do ponto de vista evolutivo quando errou, e isso ocorreu por medos infantis e culpas artificiais, mas chegou o momento de se assumir em sua grandeza, em sua nova idade evolutiva, e de se redescobrir em seus valores apenas ouvindo o seu coração, reflexo de sua alma, e não a sua razão condicionada aos valores deste mundo. Da mesma forma o perdão ao outro exige a compreensão de que ele possuía suas limitações, o seu próprio nível evolutivo, imaturo ainda, e que suas responsabilidades existem sim, mas será sua própria consciência que irá provocar suas conseqüências cármicas como forma de aprendizado e que exigir da vida ou mesmo de Deus ou do próprio indivíduo uma forma de retificação a qual você julga correta e no tempo que você quer, apenas o aprisiona ainda mais à àquela pessoa, pois você alimenta com isto um sentimento de que o outro deve a você e precisa ressarci-lo, indenizá-lo pelo mal feito e desta forma você se acorrenta ao outro ao invés de se libertar e se permitir novas oportunidades, dando-lhe nas mãos o poder e o mérito que é seu, ao acreditar que o outro te prejudicou de um modo irreversível, seja material ou emocionalmente e trazendo de volta ao presente a egrégora do passado!
Perdão inteligente é, portanto, o perdão que liberta o outro e a si mesmo! Então, perdoe incondicionalmente, mas não se obrigue a conviver com quem lhe prejudicou, porque muitas vezes as agressões ou ofensas foram apenas a gota d’água de um processo cármico já saturado, esgotado, mas que você por medo não encerrou no tempo certo. Não culpe o outro apenas, mesmo que possua seus erros, pois você permitiu que acontecesse o que aconteceu, pois seu coração lhe dizia em algum momento que já era a hora da verdade, de se encerrar um ciclo antes que você sofresse ainda mais, mas você preferiu viver na mentira, sustentando aparências, contrariando sua alma que lhe pedia transformação!
Ao perdoar e se auto-perdoar você resgata o seu poder pessoal, pois recomeça, enfim, a sua vida isolada da energia de quem o prejudicou, e se abre para que novas pessoas e situações tragam até você o que lhe é de direito, toda a prosperidade que seu coração sente que merece!