Falar sobre religião, prosperidade, motivação, filosofia e espiritualidade tem sido um hábito na vida do terapeuta Marcello Cotrim há 27 anos. Um dos palestrantes da Semana do Bem, que será realizada entre os dias 24 e 29 de outubro em Jundiaí, fala aos leitores do JJ Regional sobre a importância do autoconhecimento para uma vida de felicidade.Esquecer do passado, saber perdoar, ser bom, independente da religião, foram algumas das dicas do terapeuta.  

jornal de Jundiaí:  Falar sobre religião, prosperidade, motivação, filosofia e espiritualidade tem sido um hábito na vida do terapeuta Marcello Cotrim há 27 anos. Um dos palestrantes da Semana do Bem, que será realizada entre os dias 24 e 29 de outubro em Jundiaí, fala aos leitores do JJ Regional sobre a importância do autoconhecimento para uma vida de felicidade.Esquecer do passado, saber perdoar, ser bom, independente da religião, foram algumas das dicas do terapeuta.  

Marcello Cotrim:  Falar sobre religião, prosperidade, motivação, filosofia e espiritualidade tem sido um hábito na vida do terapeuta Marcello Cotrim há 27 anos. Um dos palestrantes da Semana do Bem, que será realizada entre os dias 24 e 29 de outubro em Jundiaí, fala aos leitores do JJ Regional sobre a importância do autoconhecimento para uma vida de felicidade.Esquecer do passado, saber perdoar, ser bom, independente da religião, foram algumas das dicas do terapeuta.  

Então é possível ser bom, sem ter uma religião?

Sim, porém a primeira pergunta que devemos fazer é por que ser bom? As religiões determinam preceitos morais a serem seguidos para que as pessoas sejam boas, mas com o objetivo de alcançarem o céu, o paraíso, ou seja, alguma compensação divina. Esta mentalidade percorreu séculos e ainda influencia o comportamento das pessoas que passam a vida procurando obedecer e cobrando dos outros a obediência às regras religiosas.

Desta forma o ’ser bom’ tornou-se uma moeda de troca com Deus. Mas, existe uma outra forma e sentido de sermos bons, quer dizer, é agirmos dentro do amor equilibrado, como nos ensinou o próprio Cristo: “Amai ao Próximo como a Si Mesmo”, o quer dizer, dentro de uma visão espiritualista, amai ao próximo tanto quanto a si mesmo, pois o Deus que há no outro é o mesmo Deus que há em nós. O “ser bom” será fruto natural da vibração do amor justo entre o amor próprio e o amor ao semelhante.

Você acredita na evolução espiritual das pessoas?

Sem dúvida a evolução espiritual é uma realidade para todos nós, porém ainda são poucos que possuem a lucidez de que estão aqui neste plano físico com a missão de ser feliz e evoluir, se autorrealizar e expandir a consciência. O processo reencarnatório existe justamente para dar oportunidade à evolução, mas é preciso preparar o ser humano para isto.

Existem dificuldades que são inerentes à condição humana em qualquer época, como o medo da solidão, da fome, da doença ou da morte. Mas, nos tempos de hoje, vejo duas dificuldades que são marcas do século 21: saber lidar com tanta informação disponível e a liberdade sem educação. Se de um lado existe conhecimento acessível como nunca antes, as pessoas têm a liberdade para se fazer escolhas, como a profissão, o casamento e até o gênero sexual. Mas por outro lado também existe a dispersão, a falta de orientação, o despreparo psicológico e a falta de uma educação para que o ser humano possa aproveitar melhor o que o mundo oferece. Isto tudo gera depressão, ansiedade, como nunca antes as pessoas tiveram. Vivemos numa época de muito estresse emocional, num mundo extremamente competitivo.

Procurar por estabilidade na vida é ser egoísta ou faz parte do propósito do ser humano?

Você nunca será egoísta por estar procurando agir com cuidado ou com amor próprio. As pessoas confundem estas duas posturas e isto vem da religião que, por séculos, vendeu esta ideia de que fazer algo por si seria pecado, desejar qualquer prazer ou poder pessoal seria pecaminoso, daí vem todas as crenças populares que estão gravadas no inconsciente coletivo sobre a vida ser inevitavelmente difícil, e não podermos desejar a abundância, o poder, o dinheiro e todos os prazeres que a vida possa oferecer, senão com o risco de sermos egoístas e não cristãos.

Eu sempre digo que precisamos buscar reconhecer a nossa verdadeira missão, através do autoconhecimento, exercer assim uma profissão que dê prazer e propicie crescimento pessoal e até mesmo coletivo, e ganhar dinheiro o bastante, por exemplo, é parte do pleno exercício do nosso poder e da nossa liberdade na vida.

Fala-se muito em relacionamentos e na busca por um companheiros, mas pessoas não podem ser felizes solteiras?

É da natureza humana a busca dessa complementariedade através do seu par, por isso que é algo tão presente no inconsciente coletivo o sonho de um grande amor realizado. E, pensando desta forma, de fato, muitas pessoas projetam neste romance idealizado a solução para todas as suas carências, sentimentos de abandono e rejeição. Assim, diferenciamos solidão, que é estar sozinho em sofrimento, da solitude, que é estar sozinho, mas sentindo-se parte da vida, do todo, ou seja, o sentimento de pertencimento ao mundo não deixa causar sofrimento pelos momentos em que se está só. Desta forma, a solteirice pode ser um período muito feliz em nossas vidas!

Como viver bem consigo mesmo e com os outros?

Sem competição ou comparação e sim compreendendo que somente através do autoconhecimento e do amor próprio é que poderemos brilhar no mundo, ganhar o nosso espaço com merecimento, nos sentirmos valorosos pelo que somos de verdade e não pelo que querem que cada um de nós seja. Desta forma, torna-se mais fácil admirar o outro e conviver bem, pois percebemos que cada um de nós possui dons e talentos únicos, que todos temos valor e que não precisamos da derrota de um semelhante para sermos vitoriosos. É necessário um mergulho em sua alma, retirar de nossa vida tudo o que é falso, inclusive condutas aprendidas que não nos fazem bem e revelarmos a nossa verdade pessoal. Todos nascemos para ser felizes e contribuir para a felicidade de todos ao redor!

O que pode impedir as pessoas de evoluírem pessoalmente ou espiritualmente?

Crenças condicionantes, padrões de pensamento castradores, limitantes, como ideias adquiridas desde a infância de que a vida seja sofrimento e dificuldade. A falsa ideia de um Deus externo, criado pelas religiões, para que as pessoas tivessem temor e obediência, sem liberdade para serem elas mesmas, carregadas de culpas e medos incutidos.

O ser humano só se liberta e se torna feliz quando compreende que Deus está em tudo e em todos, está em cada um de nós, que nós somos templos vivos e não devemos seguir cegamente nenhum sistema de crenças, e sim buscarmos o nosso desenvolvimento através do estudo amplo da filosofia e da espiritualidade.

Seja livre para seguir suas intuições e buscar a realização dos seus sonhos. Experimente e não fique teorizando a vida ou simplesmente acreditando no que os outros disseram que é o certo. Busque por você mesmo, compare e, principalmente, sinta, pois o sentimento de felicidade serena é o grande sinalizador de que você está no caminho certo da evolução.

Fonte: Jornal de Jundiaí